CHUVA OBLÍQUA Atravessa esta paisagem o meu sonho dum porto infinito E a cor das flores é transparente de as velas de grandes navios Que largam do cais arrastando nas águas por sombra Os vultos ao sol daquelas árvores antigas... O porto que sonho é sombrio e pálido E esta paisagem é cheia de sol deste lado... Mas no meu espírito o sol deste dia é porto sombrio E os navios que saem do porto são estas árvores ao sol... Liberto em duplo, abandonei-me da paisagem abaixo... O vulto do cais é a estrada nítida e calma Que se levanta e se ergue como um muro, E os navios passam por dentro dos troncos das árvores Com uma horizontalidade vertical, E deixam cair amarras na água pelas folhas uma a uma dentro... Não sei quem me sonho... Súbito toda a água do mar do porto é transparente E vejo no fundo, como uma estampa enorme que lá estivesse desdobrada, Esta paisagem toda, renque de árvore, estrada a arder em aquele porto, E a sombra duma na...
Esperança esgotada por fim cessa. No regresso do prazer do teu jeito manso. Perfuras a saudade como uma flecha que leva na ponta a promessa Ai - meu divino Santo! Por este momento uma eternidade ansiei. No relance dos teus olhos marés de vastos verdes oceanos - navegarei. Com caravelas ávidas de caminhos desconhecidos. Que me transportam a trilhos outrora desbravados - - já esquecidos. Homem meu! Abandona-me no deleite da tua pele tenra e quente. Entoxica-me com teu cheiro a terra e sândalo. Desbrava-me com o teu toque vadio e ardente. Sussurra-me até à loucura com teu gemido felino de transe vândalo. Homem do Diabo! És a minha droga a minha mais inpura tentação. Doses curtas deliciosas curtem esta maldita obsessão. Homem de fervor! Esta alma por ti se aninha. Fica desta vez meu amor. Homem! Fica! Pois por muitos mares que navegues. Por muitos corações que procures. Nunca encontrarás paixão igual à minha! Suz Sherwood, Nottingham 19 de Feve...