Para Onde
Foi o Amor? – Relacionamentos Virtuais
O
consumismo e o avanço das tecnologias caracterizam e marcam a sociedade contemporânea.
Os relacionamentos online ganham destaque e tornaram-se uma realidade comum e
rotineira no nosso dia-a-dia. Será que os relacionamentos adoptaram as características típicas do
resto da nossa vida: desejo de satisfação rápida das nossas necessidades;
dificuldade de lidar com a frustração; individualismo, etc?
E os
relacionamentos?
Será que perdemos a naturalidade e o mistério associado a
conhecer uma pessoa? Será que os relacionamentos online são pautados pelo que
as pessoas aparentam e “escolhem” ser e não pelo que são? Será que podemos
afirmar que conhecemos realmente a pessoa com quem nos relacionamos? Será que o
ecrã serve de escudo e nos permite protecção? Será...
Há autores
que defendem que os relacionamentos ciber perderam a magia e tornaram as
relações humanas descartáveis e pautadas pela quantidade e não pela qualidade. Podemos
ligar e desligar o computador quando nos apetece, mudar de perfil e nome –
resumindo: temos controlo!
O que
aconteceu aos laços afectivos duradoiros que levam tanto tempo e dão imenso trabalho a construir?
Seja como for, as mudanças são inevitáveis e não têm que ser necessariamente más. Conseguimos encontrar ganhos e perdas em tudo na nossa vida e tudo é válido desde que não nos esqueçamos do que é realmente importante...
Deixo-vos
com Carlos Drummond de Andrade:
“A cada dia que vivo, mais me convenço de que
o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos,na
prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento,
perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento
é opcional”
Susanne M. Franca
©2013 Susanne Marie Ramos França
