Dormência
de não sentir
o que sentir devia.
No desassossego de sentir
esta eterna apatia.
Não há lugar nem pessoa
que satisfaça esta lacuna.
Não há carne nem alma
que aguente sentir coisa alguma.
Esta melancolia sem fim
de ter esquecido de sentir.
Neste vazio em mim
num desespero de querer partir.
Escuto teias de palavras
na impaciência do sofrimento.
Na inquietude aguardo
a esperança do sentimento.
Outrora na memoria da emoção
que o corpo já conheceu.
Jaz agora a indiferença
da paixão que esqueceu.
Suz
Intercidades, Porto- Lisboa
9 Julho, 2010
©2010 Susanne Marie Ramos França
