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6. Desamor


Na insegurança de quem sou
na dor do desamor inevitável.
Encarcerada neste sentimento
rastejo num cansaço infindável.

Olhos baixos humilhados
vagueiam na vulnerabilidade.
Olhos de água embaciados
buscam a perdida dignidade.

Arrastei-me da vida por ti
faminta deste amor desmesurado.
Na desilusão do que não vivi
na promessa do amor apaixonado.

Para quê todo este tempo perdido
na esperança de em ti encontrar,
- A imensidão,
                          de todo o sentido
          sem sentido,

E no vazio desta vida
fico o seu fim a aguardar.


Para ti Xandra.
Suz
Figueira da Foz
 Agosto 2012

©2012 Susanne Marie Ramos França


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