Avançar para o conteúdo principal

Shoe pile

"Shoe Pile"

Cinco putos entram pela porta adentro, e como sabem que sapatos não são permitidos, criam esta imagem que para mim, apesar da lama e do cheiro de pés de rapazes,  é  deliciosa. São apressados, felizes, encantadores, desarrumados, barulhentos e devoradores de pacotes de batatas fritas. São uma riqueza cultural na minha sala que vai de Portugal, à Uganda, África do Sul e termina na Australia. São as minhas coordenadas de vida e a fonte do meu sorriso.

Romantismo num monte de sapatos?

Absolutamente!!!

©2018 Susanne Marie Ramos França

Mensagens populares deste blogue

Alma nunca “pensa” sem uma imagem mental” – Será que Aristóteles tinha razão?

De acordo com o psicólogo e investigador Steven Pinker, as nossas vivências são representadas nas nossas mentes em forma de imagens mentais, formando ecos e reconstruções das percepções das nossas experiências do presente, memórias do passado e antecipações de situações e emoções do futuro.   Quando falamos em imagética, geralmente pensamos em visualização. A imagética usa certamente a componente visual, mas a sensibilidade auditiva, visual, olfactiva, gustativa e cinestésica é poderosa, e surge em todos nós em diferentes graus e intensidades. Quem não se lembra de ter ouvido uma música e ser automaticamente transportado/a para uma situação no passado em que essa música teve um significado especial? Entramos num estado alterado de consciência, e saímos do momento presente, vivenciando e sentindo a experiência do passado como se ela estivesse a acontecer agora! Isto é um estado de hipnose! É o pensamento na sua qualidade sensorial pura. Imagética e Cura: Criar novas im...

CHUVA OBLÍQUA

CHUVA OBLÍQUA Atravessa esta paisagem o meu sonho dum porto infinito E a cor das flores é transparente de as velas de grandes navios Que largam do cais arrastando nas águas por sombra Os vultos ao sol daquelas árvores antigas... O porto que sonho é sombrio e pálido E esta paisagem é cheia de sol deste lado... Mas no meu espírito o sol deste dia é porto sombrio E os navios que saem do porto são estas árvores ao sol... Liberto em duplo, abandonei-me da paisagem abaixo... O vulto do cais é a estrada nítida e calma Que se levanta e se ergue como um muro, E os navios passam por dentro dos troncos das árvores Com uma horizontalidade vertical, E deixam cair amarras na água pelas folhas uma a uma dentro... Não sei quem me sonho... Súbito toda a água do mar do porto é transparente E vejo no fundo, como uma estampa enorme que lá estivesse desdobrada, Esta paisagem toda, renque de árvore, estrada a arder em aquele porto, E a sombra duma na...

O País das Histórias Perdidas “ – Para onde foi a fantasia?

“O País das Histórias Perdidas “ – Para onde foi a fantasia? “Era uma vez um menino chamado Leonel, que procurava entre os seus sonhos, um que o levasse, num instante, até ao futuro (…). Precisava sentir o futuro, e de saber que ventos esquisitos estragam a magia das crianças e parecem transformá-la num duende que atormenta tantas pessoas quando crescem. Depois de chegar ao futuro, Leonel abriu muitos os olhos assutado. Era grande o seu espanto. O futuro tinha-se transformado, para muitas pessoas crescidas, um país de histórias perdidas…Porque é que chegado ao futuro, a fantasia das crianças parece transformar-se numa folha mais ou menos branca, sem histórias por quem se enamorem? “ (Eduardo Sá em “Tudo o que o amor não é”). Será que ao crescermos nos esquecemos de sonhar? Ou será que não nos esquecemos, mas a vida nos verga e molda desfigurando irreconhecivelmente os nossos desejos e fantasias? Será que crescemos e nos transfomamos num “país de histórias perdidas”? Nos ...