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Mensagens

A mostrar mensagens de 2018

14. Transe Vândalo

Esperança esgotada por fim cessa. No regresso do prazer do teu jeito manso. Perfuras a saudade como uma flecha que leva na ponta a promessa Ai - meu divino Santo! Por este momento uma eternidade ansiei. No relance dos teus olhos marés de vastos verdes oceanos - navegarei. Com caravelas ávidas de caminhos desconhecidos. Que me transportam a trilhos outrora desbravados - - já esquecidos. Homem meu! Abandona-me no deleite da tua pele tenra e quente. Entoxica-me com teu cheiro a terra e sândalo. Desbrava-me com o teu toque vadio e ardente. Sussurra-me até à loucura com teu gemido felino de transe vândalo. Homem do Diabo! És a minha droga a minha mais inpura tentação. Doses curtas deliciosas curtem esta maldita obsessão. Homem de fervor! Esta alma por ti se aninha. Fica desta vez meu amor. Homem! Fica! Pois por muitos mares que navegues. Por muitos corações que procures. Nunca encontrarás paixão igual à minha! Suz Sherwood, Nottingham 19 de Feve...

1. Trilhos de Poeira

Desvendaste-te de rompante minha serena presença invadiste Estonteada fiquei na aurora desse sorriso de garoto deslumbrante -decidiste Trancar-me na memória do nosso toque de novo rendida Ao deslize dos dedos esguios - delicados de novo perdida Nos destroços da antiga paixão nossos corpos jazem agora inertes - desenlaçados Em desunião  Na tua impetuosidade cavalgaste sem freio directo à sensação Levantaste rumos e nuvens de poeira sem destino ou direcção Deixaste rastos de impulsos esmagados num percurso retraçado Reacendeste a karmica realidade de um sonho de amor nunca realizado Como sobreviver então na penitência à saudade sem curva de regresso Confinada nesta redoma de desencanto cumprindo a sentença do meu destino Sem lagrimas, trancada neste pranto amaldiçoo-te pelo abate da esperança  - A que me condenaste E à tua passagem pela vida sem perseverança - A que te resignaste Ergo o meu olhar ao teu e sinto nos teus olhos o adeus sem gesto No silênc...

2.Gazela

Luna, tu - Cadela no regaço- Companheira de Ventura Que Preciosos momentos partilhados, neste intervalo de vida- -preenchidos com a tua Doçura. Fica assim linda! Vestida na tua cor de trigo reluzente com olhos cor de abelha rainha- -de colmeia espessa de mel Fica assim linda! Aninhada neste colo carente que se molda ao teu porte esguio e fiel Minha gazela mais querida ante ti vergo-me abençoada Na tua nobre delicadeza - Não partas nunca! Criatura minha adorada - Não partas nunca! Minha sublime riqueza Para a minha paixão de quatro patas Suz Sherwood 17 de Fevereiro 2018 ©2018 Susanne Marie Ramos França

3. Vida de Inverno

Sentido, diz-me, que esta vida tem? Se na janela o cinzento espesso Afunda-me- -no vácuo da presença de ninguém Se as ruas são deixadas ao abandono onde só o nevoeiro passeia com vaidade Se não resta voz ou alma Na solidão- -conformada com a sua insularidade Para quê, vida, hei-de eu continuar? A traçar trajectos e linhas Se a realidade é cheiro a mofo nas paredes amarelecidas e vidros embaciados por detrás de cortinas- -pesadas Sem vesga de luz pelas suas pregas poder espreitar Vida? Fala comigo! Pois Tudo o que ouço é silêncio e guinchar de dobradiças Esta casa tal como eu- -procura abrigo Deste Inverno sem promessa de fim Imersa neste mar de nuvens, que no chão deste céu abateu Só na caneta destas rimas desalinhadas apaziguo este desassossego- -na esperança De que me vais presentear Com um destino de historias de amor - -fantasiadas De finais felizes para todo o sempre Onde se aquece o corpo de pele fria com sensação de granizo invernoso E fica o toqu...

4. Pairar

Meu corpo arquejado  Paira! Suspenso... Agaixa-se à mira do teu olhar Esse vislumbre  desvairado vem anunciar o nosso fim Já só Restam vestigios - sombras  -Pedaços de mim Sem ter mais como me humilhar Transcendi novamente o risco De uma vez mais no amor fracassar   Meu corpo quebrado Paira! Suspenso ... Nos destroços da memória A alma rememora a gloria Dos nossos momentos – -Agora esquecidos Mas outrora deliciosamente atrevidos Meu corpo amargurado Paira! Suspenso... Num contrassenso - -Num frenético vaivém A serenar no desalento Sou uma criança A bailar ao ritmo da melodia dos risos Nas margens da lagoa azul e verde Adornada pelas pregas de narcisos Meu corpo maravilhado Paira! Suspenso... Pela brisa suave Que acaricia os caracóis cor de fogo Deslumbro-me ante tanta beleza Quero sim- Gozar a eternidade deste jogo Quero-me a mim! Unida no deslumbre desta pureza Meu corpo flamejado Paira! Suspenso... Reencarna à essência adulta Nas c...

5. Amores

O amor perdido No ardor desvanecido Na perda do candor Coração fica assim pequenino e tolhido- - Na dor Num batimento desafinado Num compasso aprisionado Deixa-me ir meu amor... O amor perdido Cravado na carne penitente - - Pecadora Desta criatura impotente Que se entrega à memória da sensação Dos corpos em forma de trança Em primeira comunhão... Num movimento em forma de dança Estremecem ofegantes no desvario da pulsão Num oásis de esplendor Deixa-me ir por favor... O amor perdido Repleto de historias não contadas- - Desaparecidas Palavras ocultadas Padecem nos destroços da saudade Fantasias reprimidas das paixões não assumidas... Corpo meu Para quê esta insaciedade? Que me leva à insanidade- Para quê - O palpitar do corpo iludido? Se tudo isto não passa apenas De um amor perdido ... Suz 21 de Julho 2017 Sherwood ©2017 Susanne Marie Ramos França

6. Desamor

Na insegurança de quem sou na dor do desamor inevitável. Encarcerada neste sentimento rastejo num cansaço infindável. Olhos baixos humilhados vagueiam na vulnerabilidade. Olhos de água embaciados buscam a perdida dignidade. Arrastei-me da vida por ti faminta deste amor desmesurado. Na desilusão do que não vivi na promessa do amor apaixonado. Para quê todo este tempo perdido na esperança de em ti encontrar, - A imensidão,                           de todo o sentido           sem sentido, E no vazio desta vida fico o seu fim a aguardar. Para ti Xandra. Suz Figueira da Foz  Agosto 2012 ©2012 Susanne Marie Ramos França

7.Do Não e Do Sim

Quero-te aqui Vem cá! Quero o teu sabor Vem cá! Quero o teu calor Vem cá! Quero o teu ardor Vem cá! Quero o teu fervor Vem cá, Já! Por favor! Cala-me este corpo que range dorido à procura de abrigo Meu amor! Tira-me deste sufoco Mata-me esta paixão e enterra-a bem fundo -              - na terra - dentro de um caixão Para que serve um corpo sem alma? Sem poder desflorar na eternidade da calma? Sem ti... As ideias sôfregas e desarticuladas correm e tropeçam como bonecas  desmembradas Com cabeças, braços e pernas arrancadas - - Destruidas Espalhadas pelos cantos do meu quarto - - Todas partidas Como fragmentos que eu já não uso - e descarto Quero-te é a ti! Quero-te todo - - Uno Não me fales do não e do sim Meus desejos são primais – - essenciais Não percas tempo... Não quero esperar mais Enrosca-te em mim Assim! Para não te perder jamais Quero a t...

8. Entre Momentos

8- ENTRE MOMENTOS No momento entre os momentos- O corpo quer desistir e o coração parar. O som do rastejar da caneta no papel insiste em relembrar, que ainda existem palavras que aguardam serem escritas. O calor do corpo da minha cadela insiste em aninhar-se e exigir o meu. A respiração serena do meu filho no outro lado da parede funde-se à minha. As acrobacias da vida contorcem-se, insistem, e exigem que ainda há vida para viver - No momento entre os momentos. Suz Sherwood Março, 2017 ©2017 Susanne Marie Ramos França

CHUVA OBLÍQUA

CHUVA OBLÍQUA Atravessa esta paisagem o meu sonho dum porto infinito E a cor das flores é transparente de as velas de grandes navios Que largam do cais arrastando nas águas por sombra Os vultos ao sol daquelas árvores antigas... O porto que sonho é sombrio e pálido E esta paisagem é cheia de sol deste lado... Mas no meu espírito o sol deste dia é porto sombrio E os navios que saem do porto são estas árvores ao sol... Liberto em duplo, abandonei-me da paisagem abaixo... O vulto do cais é a estrada nítida e calma Que se levanta e se ergue como um muro, E os navios passam por dentro dos troncos das árvores Com uma horizontalidade vertical, E deixam cair amarras na água pelas folhas uma a uma dentro... Não sei quem me sonho... Súbito toda a água do mar do porto é transparente E vejo no fundo, como uma estampa enorme que lá estivesse desdobrada, Esta paisagem toda, renque de árvore, estrada a arder em aquele porto, E a sombra duma na...

13-Bruxedos Burlescos

Corações Trancados em Solidão- Nas teias de Palavras que envenenam as veias e artérias que fluem pelos corpos entorpecidos como mortos vivos sem garra nem força - -Adormecidos... Corações Trancados em Solidão- Nas lágrimas que brotam e escorrem pelas peles  ressequidas dos rostos com expressões grotescas Como marcaras de harlequim Que escondem o sofrimento das vidas que padecem Para sempre- -Sem fim... Corações Trancados em Solidão- Nos sorrisos tímidos e ansiosos que escondem tudo na tentativa de mostrarem nada Dissimulados pelo medo de desvendarem os segredos das almas exorcizadas Que deambulam Perdidas- -Abandonadas... Corações Trancados em Solidão- Na tristeza que se espalha pelos ossos triturados como esqueletos esculpidos em pó de arroz- -Esbranquiçados Em formas de membros desconexados- -Desalinhados Em montes de poeira Por entre as tampas dos esgotos- -Espalhados... Corações Trancados em Solidão- Nas Emoções solidificadas- -Escondidas ...

entre marido e mulher não se mete a colher"....???

Treta!!! Interessante esta experiência do "apagão" e ler as publicações contra e a favor. Uma coisa é certa. O que era suposto ser um "apagão" gerou muita conversa e discussão.... Cada um tem a liberdade de escolha (desde que não prejudique alguém) de expressar a sua revolta e dor relativamente à violência, seja a vítima uma mulher, um homem, uma criança, um animal, etc etc etc.....violência é inadmissível, ponto final! Apagões, perfis pretos, coloridos, palavras, fotografias....não farão grande diferença às vítimas que estão neste momento, esta noite, amanhã.... a serem sujeitas a actos de violência, física e/ou psicológica. Denunciar, estar atento/a, assumir responsabilidade, quando sabemos, vemos, ouvimos sinais...isso sim fará a diferença. E para isso precisamos estar unidos (as)...independentemente da foto e cor do nosso perfil no facebook. Seja quem for que seja vítima de violência, é responsabilidade nossa  proteger e ajudar! Obrigada por ter...

9-Reencontro Divino

REENCONTRO DIVINO No aroma doce da tua presença reencontro a amizade que ficou. Na angustia da saudade que procura a vida que findou. Aonde foste meu companheiro de viagens e travessuras. Partiste deixando-me aqui com sede de mais mil aventuras. Numa vida cortada a meio nesse futuro que te sorria. Nas memorias que anseio jamais  pensei que te perderia. Encontraste o meu passo fugido e amedrontado pela vida. Entregaste de ti um pedaço prezado até à minha partida. Até à vista do outro lado ampara o percurso desta amiga. No teu partir desenfreado digo-te adeus comovida. Ao João Pedro Suz Sobreda 21 Julho, 2011 ©2011 Susanne Marie Ramos França

12-Hino à Morte

Viver a vida com ardor o pesadelo de todo o cinico. Morrer uma morte sem dor o sonho de todo o lírico. Fujo, corro, a vaguear trôpega como o fio num tear. Que vai e vem, vem e vai ai, como esta vida já começa a fartar! Que irónica o fim da morte. Que lacónica a morte do fim. Ai que bom e que sorte... poder viver esta vida sem mim. Sarcástica e brincalhona vens sem aviso nem piedade. Como uma prima-dona a gozar com esta maldita ansiedade. Não te chega o medo que venhas, para apagares esse sorriso pretensioso? Sim, tens poder e é bom que o tenhas. Quem sabe assim, a vida passe a ser um bem precioso. Suz Sherwood Janeiro, 2017 ©2017 Susanne Marie Ramos França

11-Palavras!

Nas tuas palavras amargas de acusação a garganta aperta-se num sufoco - Escondo-me na muralha que protege este coração cercado no seu ritmo louco Apodreço nesta forma de ser a vida já transpira de cansaço Vivo nesta forma de morrer à procura do conforto de um regaço No ardor das lagrimas que já não saem fico na silencio amargurada Na violência das palavras que caem soltas a tua raiva desenfreada. Nesta angustia sem fim cerro os olhos na esperança de esquecer A minha existência que para esta vida vim e a qual anseio perder Suz Intercidades, Porto-Lisboa Setembro, 2010 ©2010 Susanne Marie Ramos França

10-Dormência

Dormência  No sentir de não sentir o que sentir devia. No desassossego de sentir esta eterna apatia. Não há lugar nem pessoa que satisfaça esta lacuna. Não há carne nem alma que aguente sentir coisa alguma. Esta melancolia sem fim de ter esquecido de sentir. Neste vazio em mim num desespero de querer partir. Escuto teias de palavras na impaciência do sofrimento. Na inquietude aguardo a esperança do sentimento. Outrora na memoria da emoção que o corpo já conheceu. Jaz agora a indiferença da paixão que esqueceu. Suz Intercidades, Porto- Lisboa 9 Julho, 2010 ©2010 Susanne Marie Ramos França

Dilemas Natalícios

Natal 2016 Dilemas Natalícios Gostava de poder dizer que tenho espirito Natalício, mas não tenho.  Se Deus existe, adoraria saber o que ele pensa quando olha cá para baixo e vê a humanidade pela qual ele sacrificou o seu filho.  Jesus derramou o seu sangue e morreu por nós....e o derramento de sangue continua ....se nasceu para um dia nos salvar ....se calhar morreu em vão... Claro que estamos no Natal e não na Pascoa, mas eu sinto-me confusa. Quando o meu filho, com apenas  7 anos se preocupa com as pessoas que dormem nas ruas ao frio, e pergunta se "aquilo com as crianças na Síria é mesmo verdade"....fico sem palavras... Como enquadrar o consumismo e "alegria" da época Natalícia, com Alepo, e toda a violência e barbaridade que nos rodeia? Em 2016 não houve um único mês em que não houvesse alguma forma de ataque terrorista nalguma parte do mundo. Mas também existem coisas bonitas. Os Correios perto de mim organizaram uma mesa com chá quente e convivio pa...

Homenagem a Jo Cox Raça só há uma: A humana!

Homenagem a Jo Cox Raça só há uma: A humana! Meu filho ontem foi a uma visita de estudo a uma Sinagoga. Aos 7 anos já aprendeu na escola acerca do Judaísmo, Cristianismo, Islamismo e até Budismo. Brinca e é feliz na escola com amigos e não liga à cor da pele, religião ou grupo étnico. Mas é ainda uma criança... A brutalidade do assassinato de Jo Cox chocou-me profundamente. Uma mãe, activista e defensora dos carenciados e desprotegidos. Uma apaixonada pela vida que em 41 anos fez um trabalho exemplar ilustrativo de compaixão e determinação.  O criminoso que a assassinou,  identificou -se no tribunal de " Death to traitors, freedom for Britain". Entrou calmo e sem remorsos. Psicopata, Neo-nazi, terrorista? Chamem-lhe o que lhe quiserem chamar, este fulano ainda me arrepia mais do que o chamado estado islâmico. Ambos pura natureza humana no seu pior! Por outro lado, Bernard Carter-Kenny, 77 anos, personifica a natureza humana no seu melhor. Arriscou a vida ao tenta...

A directora dos sapatos cor-de-laranja

A Directora dos Sapatos Cor-De-Laranja! Tenho a sorte de ter muitos familiares e amigos que exercem, ou exerceram, a profissão de  professor/a. Os professores têm um papel tão, mas tão importante na nossa sociedade, que me choca a desvalorização e stress a que esta profissão é sujeita.  Mas claro que falo da minha experiência como psicóloga num país fora de Portugal, onde acompanho muitos professores, e não tenho conhecimento para generalizar à realidade portuguesa. Sou defensora acérrima de que a educação, e a saúde (puxando a brasa à minha sardinha), devem ser serviços públicos e não privados. No Reino Unido, onde muita coisa vai de mal a pior, fico surpreendida pela positiva, com a dedicação e esforço  pessoal que os profissionais exercem, de modo a sobreviver ao que o sistema governamental impõe. Cortes nos subsídios e orçamento, imposição de "targets" de desempenho desumanos,  e uma vontade perversa  de privatizar serviços, a que todos nós temos o...

Shoe pile

"Shoe Pile" Cinco putos entram pela porta adentro, e como sabem que sapatos não são permitidos, criam esta imagem que para mim, apesar da lama e do cheiro de pés de rapazes,  é  deliciosa. São apressados, felizes, encantadores, desarrumados, barulhentos e devoradores de pacotes de batatas fritas. São uma riqueza cultural na minha sala que vai de Portugal, à Uganda, África do Sul e termina na Australia. São as minhas coordenadas de vida e a fonte do meu sorriso. Romantismo num monte de sapatos? Absolutamente!!! ©2018 Susanne Marie Ramos França