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O País das Histórias Perdidas “ – Para onde foi a fantasia?


“O País das Histórias Perdidas “ – Para onde foi a fantasia?
“Era uma vez um menino chamado Leonel, que procurava entre os seus sonhos, um que o levasse, num instante, até ao futuro (…). Precisava sentir o futuro, e de saber que ventos esquisitos estragam a magia das crianças e parecem transformá-la num duende que atormenta tantas pessoas quando crescem. Depois de chegar ao futuro, Leonel abriu muitos os olhos assutado. Era grande o seu espanto. O futuro tinha-se transformado, para muitas pessoas crescidas, um país de histórias perdidas…Porque é que chegado ao futuro, a fantasia das crianças parece transformar-se numa folha mais ou menos branca, sem histórias por quem se enamorem? “ (Eduardo Sá em “Tudo o que o amor não é”).

Será que ao crescermos nos esquecemos de sonhar? Ou será que não nos esquecemos, mas a vida nos verga e molda desfigurando irreconhecivelmente os nossos desejos e fantasias? Será que crescemos e nos transfomamos num “país de histórias perdidas”?

Nos tempos que correm é uma verdadeira conquista conseguir continuar a sonhar. As incertezas do ano que espreita alimentam e activam as nossas próprias inseguranças, transformando-as em monstrinhos assustadores que dominam o nosso pensamento e castram as nossas acções. Fazer balanços de fim do ano, na maioria dos casos, leva à sensação de que as coisas correram mal, ou então não correram assim tão mal, mas podiam ter corrido melhor. Os afortunados que percepcionam que o saldo do ano foi construtivo, sentem-se melindrados em celebrar, porque com tanta carga negativa que nos assalta as televisões e os jornais…”não vá o Diabo tecê-las”.

Gostaria de propôr uma aventura: Vamos fazer uma caça ao tesouro? Vamos procurar as nossas “histórias perdidas”? O percurso envolve tempo, esperança e muita imaginação. Você a esta hora já deve ter perguntado: “Mas para que é que eu quero encontrar o tesouro…o que faço eu com as histórias quando as encontrar?”. Obviamente que só cada um de nós pode responder a estas questões, mas uma coisa é certa: se leu até aqui é porque foi despertada a sua curiosidade e a fantasia está bem viva dentro de si. 

O que fazer agora? Viajar para dentro de si…e ir à procura desse tesouro, de modo a que a sua vida interior deixe de ser uma folha mais ou menos branca, e se transforme numa explosão radiosa de cor.
Desejo-lhe um excelente Ano Novo!

Susanne M. Franca
©2013 Susanne Marie Ramos França

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