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Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2018

11-Palavras!

Nas tuas palavras amargas de acusação a garganta aperta-se num sufoco - Escondo-me na muralha que protege este coração cercado no seu ritmo louco Apodreço nesta forma de ser a vida já transpira de cansaço Vivo nesta forma de morrer à procura do conforto de um regaço No ardor das lagrimas que já não saem fico na silencio amargurada Na violência das palavras que caem soltas a tua raiva desenfreada. Nesta angustia sem fim cerro os olhos na esperança de esquecer A minha existência que para esta vida vim e a qual anseio perder Suz Intercidades, Porto-Lisboa Setembro, 2010 ©2010 Susanne Marie Ramos França

10-Dormência

Dormência  No sentir de não sentir o que sentir devia. No desassossego de sentir esta eterna apatia. Não há lugar nem pessoa que satisfaça esta lacuna. Não há carne nem alma que aguente sentir coisa alguma. Esta melancolia sem fim de ter esquecido de sentir. Neste vazio em mim num desespero de querer partir. Escuto teias de palavras na impaciência do sofrimento. Na inquietude aguardo a esperança do sentimento. Outrora na memoria da emoção que o corpo já conheceu. Jaz agora a indiferença da paixão que esqueceu. Suz Intercidades, Porto- Lisboa 9 Julho, 2010 ©2010 Susanne Marie Ramos França

Dilemas Natalícios

Natal 2016 Dilemas Natalícios Gostava de poder dizer que tenho espirito Natalício, mas não tenho.  Se Deus existe, adoraria saber o que ele pensa quando olha cá para baixo e vê a humanidade pela qual ele sacrificou o seu filho.  Jesus derramou o seu sangue e morreu por nós....e o derramento de sangue continua ....se nasceu para um dia nos salvar ....se calhar morreu em vão... Claro que estamos no Natal e não na Pascoa, mas eu sinto-me confusa. Quando o meu filho, com apenas  7 anos se preocupa com as pessoas que dormem nas ruas ao frio, e pergunta se "aquilo com as crianças na Síria é mesmo verdade"....fico sem palavras... Como enquadrar o consumismo e "alegria" da época Natalícia, com Alepo, e toda a violência e barbaridade que nos rodeia? Em 2016 não houve um único mês em que não houvesse alguma forma de ataque terrorista nalguma parte do mundo. Mas também existem coisas bonitas. Os Correios perto de mim organizaram uma mesa com chá quente e convivio pa...

Homenagem a Jo Cox Raça só há uma: A humana!

Homenagem a Jo Cox Raça só há uma: A humana! Meu filho ontem foi a uma visita de estudo a uma Sinagoga. Aos 7 anos já aprendeu na escola acerca do Judaísmo, Cristianismo, Islamismo e até Budismo. Brinca e é feliz na escola com amigos e não liga à cor da pele, religião ou grupo étnico. Mas é ainda uma criança... A brutalidade do assassinato de Jo Cox chocou-me profundamente. Uma mãe, activista e defensora dos carenciados e desprotegidos. Uma apaixonada pela vida que em 41 anos fez um trabalho exemplar ilustrativo de compaixão e determinação.  O criminoso que a assassinou,  identificou -se no tribunal de " Death to traitors, freedom for Britain". Entrou calmo e sem remorsos. Psicopata, Neo-nazi, terrorista? Chamem-lhe o que lhe quiserem chamar, este fulano ainda me arrepia mais do que o chamado estado islâmico. Ambos pura natureza humana no seu pior! Por outro lado, Bernard Carter-Kenny, 77 anos, personifica a natureza humana no seu melhor. Arriscou a vida ao tenta...

A directora dos sapatos cor-de-laranja

A Directora dos Sapatos Cor-De-Laranja! Tenho a sorte de ter muitos familiares e amigos que exercem, ou exerceram, a profissão de  professor/a. Os professores têm um papel tão, mas tão importante na nossa sociedade, que me choca a desvalorização e stress a que esta profissão é sujeita.  Mas claro que falo da minha experiência como psicóloga num país fora de Portugal, onde acompanho muitos professores, e não tenho conhecimento para generalizar à realidade portuguesa. Sou defensora acérrima de que a educação, e a saúde (puxando a brasa à minha sardinha), devem ser serviços públicos e não privados. No Reino Unido, onde muita coisa vai de mal a pior, fico surpreendida pela positiva, com a dedicação e esforço  pessoal que os profissionais exercem, de modo a sobreviver ao que o sistema governamental impõe. Cortes nos subsídios e orçamento, imposição de "targets" de desempenho desumanos,  e uma vontade perversa  de privatizar serviços, a que todos nós temos o...

Shoe pile

"Shoe Pile" Cinco putos entram pela porta adentro, e como sabem que sapatos não são permitidos, criam esta imagem que para mim, apesar da lama e do cheiro de pés de rapazes,  é  deliciosa. São apressados, felizes, encantadores, desarrumados, barulhentos e devoradores de pacotes de batatas fritas. São uma riqueza cultural na minha sala que vai de Portugal, à Uganda, África do Sul e termina na Australia. São as minhas coordenadas de vida e a fonte do meu sorriso. Romantismo num monte de sapatos? Absolutamente!!! ©2018 Susanne Marie Ramos França